segunda-feira, 12 de julho de 2010

TESTANDO O SISTEMA DE SEGURANÇA-MÃE

segunda-feira, 24 de maio de 2010

TESTANDO O SISTEMA DE SEGURANÇA-MÃE
Ainda no mês de maio, mais um pouquinho de mãe com texto adaptado do TAMBEM COM A MÃE QUE TEM.
O cartunista Angeli apresentava na Folhinha de São Paulo, aos sábados, seu personagem infantil OZZI. Um menino super emburrado, mas bastante divertido. Numa de suas edições em vários quadrinhos, o Ozzi grita a palavra MÃE em todas as intensidades, de todos os lugares, com todos os berros possíveis. Nos quadrinhos finais quando a mãe aparece como um Robocop pronta para defender o filho, o encontra calmamente brincando com carrinhos e ainda diz para sua mãe: "Nenhum problema, só estava testando o sistema de segurança".

Este sistema de segurança materno pode dar panos para manga. Ainda mais se considerarmos a resposta da mãe de Ozzi: "Mãe é burra!"

O Ozzi testa o sistema como quem está verificando o prazo de validade, mas se a mãe quiser testar o sistema de segurança de filho, qualquer filho, ele pede para que o deixe sozinho.

O Ozzi é autêntico no que está fazendo, enquanto muitos filhos que querem ser independentes testam na surdina esta presença mãe.

Há mães e filhos que não conseguem se imaginar sem esse sistema acionado, ela como provedora e o filho, confortavel aceitando ser o eterno dependente. Há perigos nas ruas, a mãe o carrega para cá e para lá, ele aceita de muito boa vontade, ainda mais se é de carro.

Em brigas fora de casa era comum "vou chamar meu irmão", mais velho e maior que o adversário. Hoje em dia há o perigos das gangs em que vários batem em um e tambem há mães que se prestam a tirar satisfação em brigas. Já deu até em tv, mães agredindo colegas de filhos.

Uma marca registrada do adolescente é reclamar que não têm confiança nele. Mães dizem que tudo é muito perigoso fora de casa à noite e na madrugada (elas têm razão). Elas confiam nos filhos, mas não nos outros, nas violências de todos os tipos, nos trânsitos loucos, nas drogas, nas doenças, em tudo.

Como preocupações é válido, mas não como argumentos, pois o adolescente tem necessidades importantes de se expandir em territórios, de conhecer pessoas diferentes, estudar, trabalhar, enfim estar no mundo.

Claro que prevenir é bom, pois há casos agudos de sistema violentos. Mas transformar preocupações generalizadas em sistemas crônicos de defesa, algo na saúde geral ficará bastante abalado.

Segurança familiar corresponde às verificações de preocupações. Como pais não estão em todos os cantos junto aos filhos devem criar um sistema de diálogo com os filhos que devem dizer onde vão e com quem, não entrando em detalhes mínimos no fazer o quê, mas de alguma forma dando também, a segurança que os pais necessitam.

Segurança neste caso é algo que cresce entre todos. Pais que vão soltando gradativamente (sem ser total) o elástico e filhos que também percebam com clareza e realidade este mundo para que se promova a auto-segurança. Algo que pode até ser difícil perante o apelo de amigos nem sempre com boas intenções. Verificar tambem as "boas" intenções de seu próprio filho. Ele é o amigo dos outros.

Como iniciar esta educação para a auto-segurança, autoconfiança?

Há pais que enfiam os pés pelas mãos ensinando que tudo é perigoso. Cria-se o medroso que foge ou o violento que ataca gratuitamente, pois só receberam mensagens negativas. Crianças estão aprendendo isto desde a mais tenra idade e gerando desmedidamente "a melhor defesa é o ataque". "Não seja bobo!"

Mas a TAMBEM COM A MÃE QUE TEM deve pensar noutras saidas para a conquista da auto-confiança com segurança.

É bonita a situação da galinha que anda pelo terreiro com os pintinhos em volta. A mãe ganso que sabe pôr os filhotes em fila para a segurança nos passeios. É lindo ver uma bela égua acompanhar com o focinho um potro que se perdeu fora da cerca ao entrar num pasto.

Mas, a ninhada humana reclama. Que bom! Eles querem que suas mães ajam como passarinhas, ensinando os filhos a voar, estando atentas, voando junto, mas só no inicio. As mães humanas, na maioria, até que gostariam, mas qual é a idade de maturidade de um jovem passarinho e de um jovem criança e adolescente?

A cabeça da mãe humana é cheia de pensamentos. É uma cabeça a mil por segundo. Mas aos poucos ela tem que aceitar o crescimento para não ficar totalmente maluca e egoista.

Novamente quem fala de limites e ações deve ser o bom senso. Não criar nos filhos falta de confiança em si e desconfiança generalizada na humanidade. É mais facil ensinar a ver sombras e fantasmas que jamais existiram do que ajudar na aprendizagem de seus pontos vulneráveis mais fortes ou mais fracos e no exercício de um autocontrole para não se expor de forma errada e ver a realidade dos fatos. Não siga pelo caminhomais fácil.

Há ameaças, mas a vida deve ser vivida.

- Mas isto é uma sugestão para que ao jeito dos animais se abandonem os filhos? - explode a mãe.

Os animais não abandonam os filhos, eles os preparam para a vida, para a continuidade de sua espécie e tambem jamais se viu animal fazendo chantagem emocional para que se tenha tranquilidade.

- Mas e as preocupações, os ensinamentos, os perigos e... ainda tem os amigos que não podemos escolher?

Mãe parece que anda numa corda bamba e anda mesmo, mas leve o guardachuvinha para equilibrio e espere os aplausos ao chegar do outro lado.


Alguns pontos para reflexão -

1. Em 1997, num zoológico americano, uma criança caiu na área reservada para gorilas. A gorila acolheu a criança acidentada e bastante ferida em seu colo, protegendo-a até que o socorro chegasse para resgatá-la.

2. Em 1996, num passeio de bicicleta na Flórida uma familia de brasileiros viu seu filho de 8 anos cair num fosso e ser pego por um crocodilo. Os pais pularam na água e enquanto o pai segurava aberta a boca do animal, a mãe da criança a resgatava. Os dois, mãe e filho se feriram, mas ficaram logo bem. Apresentaram noções de coragem, adequação de reação e uma criança muito esperta que saiu bem emocionalmente da situação, muito devido aos pais. Agora diga, quem já se treinou e a seu filho em como se defender de crocodilo? O sistema de segurança desta familia tinha um bom nivel de autoconfiança geral e acionado funcionou e deve ter tido alguma ajuda lá de cima tambem. Não é para ninguem fazer este teste.


3- Frases que podem ser uteis-

- Meu filho, não é porque você precisa e vai sair para se divertir que eu tenho que ficar acordada e sofrendo. Pode me dizer. Aonde você vai? A que horas volta? (não importa a idade, pode ser para mais de 20 tambem).

- Não, ainda voce não tem idade para isto. Desde o meu tempo este argumento -todos podem menos eu- existe. Daqui há alguns anos você passa para seus filhos. Eu estou procurando equilibrar esta balança e ver como podemos agir, não estou fechada para entendimentos com voce.

- Sei que você estuda, já faz estágio e tem seu dinheiro, mas nosso relacionamento independe disto. A que horas voce volta?

- Eu confio em voce, mas você tem que demonstrar isto, TAMBEM para você mesmo.

ALERTA- Mãe e pai antes de mais nada têm que buscar segurança em si, para num mundo que questiona valores e autoridades possam dizer sim ou não com equilibrio e o tal do bom senso.

Postado por Maria Dobradura às Segunda-feira, Maio 24, 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário